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quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Ensaios sobre a Esquizofrenia

Você deve estar se perguntando o por quê da primeira matéria do meu blog tratar-se de uma psicopatologia como a esquizofrenia.

Talvez como eu, você tenha na família um portador dessa doença, ou seja um estudante curioso sobre esse tipo de assunto.

Seja como for, eu renovo com você o meu compromisso de levar a informação, na tentativa de dirimir suas dúvidas, esclarecer e com isso, diminuir o preconceito que há por trás dessa patologia que carrega sobre si, a insígnia da loucura.

Isso se deve aos sintomas apresentados pelo portador, a mitificação e a falta de conhecimento das pessoas sobre esse transtorno mental, gerando com isso, a exclusão social, o sofrimento para o doente dificultando o seu adequado tratamento inclusive para os seus familiares.

A esquizofrenia atinge hoje, 1% da população mundial e já foi confundida com “dupla personalidade”. O termo esquizofrenia é de origem grega e significa mente dividida, mas esta fragmentação refere-se ao desarranjo nos processos de sensação e de raciocínio do indivíduo.

O que antes, era conhecida como “demência precoce”, justamente por acometer indivíduos na adolescência e juventude, a partir do século XX, foi denominada assim pelo psiquiatra suíço Eugen Bleuler (1857-1939).

Embora existam inúmeros estudos inconclusivos sobre sua origem, já foram comprovados cientificamente que fatores genéticos e biológicos (multifatorial) contribuem para o aparecimento e o desenvolvimento da doença, bem como problemas ocorridos durante a gestação ou no parto que podem tornar a pessoa vulnerável a desenvolver essa patologia.

O quadro, a princípio, parece desesperador quando nos damos conta de que não há como prevenir e o diagnóstico é feito quando a doença já está instalada, entretanto, há uma boa notícia aos portadores e seus familiares. Embora seja um caminho árduo, após o devido diagnóstico, com terapias adequadas, acompanhamento profissional, medicamentos e o fundamental apoio da família, é possível sim, garantir ao doente, uma vida praticamente normal, com a retomada de suas atividades diárias.

É comprovado que quanto antes for realizado o diagnóstico e iniciado o tratamento, melhor e mais eficaz se tornará o controle da doença. Por isso, fica um alerta aos pais, professores e amigos que notem um comportamento dissonante em um adolescente, por exemplo, (lembrando que os sintomas surgem em pessoas bem jovens) não considerem como simplesmente “típicos da idade” ou “nuances de personalidade excêntrica”, mas busquem aproximar-se mais ao indivíduo, busquem informações junto a fontes confiáveis  que explora incansavelmente esse e outros assuntos e a ajuda de profissionais qualificados para o devido e seguro diagnóstico.

Mas, se a esquizofrenia trata-se de uma psicopatologia de causas multifatoriais, como então estabelecer um diagnóstico seguro e confiável?

- O diagnóstico só pode ser elaborado por um médico psiquiatra, através da observação de seu comportamento e do seu ambiente sócio-familiar.

Esses sintomas estão divididos em sintomas positivos e negativos. Positivos, por que determinam a existência da doença e negativos,  que se referem ao relacionamento deste com o meio o qual está inserido.

Entre os sintomas psicóticos ou positivos, estão os delírios e as alucinações. A grande diferença está na intensidade que ocorrem. Um exemplo clássico seria um indivíduo que garante estar sendo vítima de perseguição, de um complô contra ele.

Nas alucinações, a pessoa pode ter percepções sensoriais, sem no entanto, a presença do objeto. Por exemplo, ouvir vozes dirigidas a ela, geralmente em tons de censuras, ordens, críticas ou escárnios. Como outra característica perceptível é a desordem no pensamento e na fala, tornando seu discurso entrecortado, sem sentido ou coerência, bem como seus gestos.

Os sintomas negativos da doença podem ser distinguidos entre a dificuldade no convívio social e a apatia levando ao total isolamento. Verificam-se em muitos casos, indivíduos que parecem estar alheios e indiferentes a tudo e a todos que o cercam, passando horas ou dias, numa total inércia físico-mental.

Após dado o diagnóstico, é necessário  ainda, classifica-lá em seus sub-tipos, mas pode ser que a doença não se encaixe em nenhum desses, sendo então chamada de Esquizofrenia Indefinida.

São eles:

Paranóide – Tipo mais comum da doença. Sua principal característica é o predomínio dos sintomas psicóticos, ou seja, delírios e alucinações.

Hebefrênico ou Desorganizado – Considerado o tipo mais grave da doença por que a desorganização se apresenta em todas as áreas do comportamento. Neste sub-tipo, estão inseridos os doentes que apresentam problemas de concentração, pouca coerência de pensamento, pobreza de raciocínio, discurso infantil com fala desconexa, sem sentido.

Catatônico – O estado catatônico se caracteriza pela total alteração da atividade motora, pois podem alternar entre longos períodos de imobilidade com picos de extrema agressividade e agitação não dirigida denominada estupor catatônico. Este tipo é um dos menos freqüente por se tratar da forma que melhor responde a medicação.

Residual – Neste sub-tipo, estão inseridos os doentes que já apresentam a doença a muito tempo e com muitas seqüelas. Está fortemente associada ao isolamento social total, o comportamento excêntrico, emoções pouco apropriadas e pensamento ilógico.

Simples – Há neste sub-tipo, uma grande discussão na sociedade científica, se seria de fato, um sintoma ou a presença real da doença, já que quase não se observam surtos psicóticos. Apresentam entre suas manifestações, emoções irregulares, podendo ser seguida de um paulatino isolamento social, perda de amigos, poucas relações com a família e mudança de caráter passando do sociável ao isolamento e podendo culminar com a depressão.

Volto a ressaltar que o diagnóstico somente pode ser feito por um médico psiquiatra que o encaminhará ao melhor tratamento e poderá indicar um acompanhamento multidisciplinar, ou seja, a supervisão de um psicólogo aos doentes e seus familiares. É importante ainda, dizer que é de inteira responsabilidade da sociedade a busca de informações, visando maior conforto psico-físico e por que não dizer, espiritual ao afetado.

Tenho certeza de que munidos de informações, de um sentimento de solidariedade e sem dúvida uma dose extra de compaixão pelo ser humano doente, é realmente possível reverter o quadro de exclusão social provocado pela pior de todas as doenças: o preconceito.

Dicas para os familiares de um portador de esquizofrenia:

- Procure informar-se. A informação é a melhor arma contra o preconceito;

- Participar do tratamento junto com o paciente pode representar para ele, um porto seguro em sua jornada de tratamentos em face de sua nova realidade;

- Troque experiências com profissionais, familiares e em associações de portadores da doença. Isso o ajudará a se adaptar e saber como agir diante de um surto, por exemplo.

- Cuide-se. Reserve um tempo para si mesmo. Se você não estiver bem física e psicologicamente, não terá condições de oferecer ajuda a outrem.

 

Referências Bibliográficas:

Revista Psique Ciência e Vida Ed. nº 41/2009

Wikipédia – O que é esquizofrenia?

Um comentário:

  1. Flor, tudo bem???

    Parabéns, adooooooooooooooooorei o seu blog, tudo de booooom,estou seguindo ele, hmm vê se passa no meu blogão viu mocinha rs,bjO.

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